O grupo raptou pelo menos 2 mil mulheres e meninas na Nigéria, desde 2014
O Boko Haram raptou pelo menos 2 mil mulheres e meninas na Nigéria desde o início de 2014, forçando muitas à escravidão sexual ou ao combate, disse a Anistia Internacional no primeiro aniversário do sequestro de mais de 270 alunas. Os militantes islâmicos sequestraram as meninas da aldeia de Chibok na Nigéria em 14 de abril do ano passado. O rapto de mulheres e meninas está entre crimes, incluindo aqueles contra a humanidade e de guerra, documentados por pesquisadores da Anistia que entrevistaram cerca de 200 pessoas, inclusive 28 mulheres e meninas que escaparam. Combatentes do Boko Haram mataram milhares de pessoas na sua tentativa de seis anos de criar um califado islâmico no nordeste da Nigéria. “Homens e mulheres, meninos e meninas, cristãos e muçulmanos, foram mortos, raptados e brutalizados pelo Boko Haram durante um reinado de terror que afetou milhões”, disse o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty. ” Sucessos militares recentes podem significar o começo do fim para o Boko Haram, mais ainda há muito a fazer para proteger os civis, resolver a crise humanitária e começar o processo da cura”. Muitos homens que se recusaram a se juntar às fileiras do Boko Haram foram mortos. Dois jovens disseram aos pesquisadores que pelo menos 100 foram executados em um dia em dezembro, quando o grupo armado tomou a cidade de Madagali, perto da fronteira com Camarões. Eles sobreviveram porque as facas dos assassinos já não estavam mais tão afiadas para cortar mais gargantas. Um garoto de 15 anos da cidade de Bama, no estado de Borno, descreveu como crianças eram forçadas a atirar pedras até a morte contra pessoas acusadas de adultério.
Fonte: Reuters, em abril de 2015