Pelo menos 2.295 professores foram mortos e mais de 1.400 escolas foram destruídas no conflito
Os combatentes islamistas do Boko Haram sequestraram mais de mil crianças no nordeste da Nigéria desde 2013. A informação foi avançada esta sexta-feira pela UNICEF, a agência das Nações Unidas para a infância. Na véspera do quarto aniversário do rapto de 276 alunas da cidade de Chibok, a agência da ONU afirmou que os militantes sequestraram regularmente jovens para espalhar o medo e mostrar poder. “As crianças no nordeste da Nigéria continuam a ser atacadas numa escala chocante”, disse Mohamed Malick Fall, chefe da UNICEF no país. O responsável contou que entrevistou uma jovem, agora com 17 anos, que foi raptada após um ataque do Boko Haram na sua cidade, depois foi trancada num quarto, forçada a casar com um dos combatentes e repetidamente violada. A jovem engravidou e “agora vive com o filho num campo de pessoas deslocadas, onde luta para se integrar com as outras mulheres, tentando ultrapassar as barreiras linguísticas e o estigma de ser uma ‘esposa do Boko Haram'”, acrescentou a agência das Nações Unidas. Pelo menos 2.295 professores foram mortos e mais de 1.400 escolas foram destruídas no conflito, ainda segundo dados da UNICEF, que alerta que os números poderão ser ainda mais elevados.
Derrota dos insurgentes
O conflito com o Boko Haram já entrou no seu décimo ano, continuando a ser um assunto de confronto político na Nigéria. O Presidente Muhammadu Buhari chegou ao poder em 2015 com a promessa de acabar com os insurgentes. No entanto, ainda não conseguiu derrotar o Boko Haram, apesar de ter expulso militantes de muitas cidades do nordeste do país. Na segunda-feira, Buhari anunciou que planeia recandidatar-se em 2019.
Fonte: Expresso Sapo, em abril de 2018