Segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, a maioria dos mortos eram combatentes de grupos armados e prisioneiros
Pelo menos 39 pessoas morreram neste sábado em um suposto bombardeio de aviões russos contra um tribunal e uma prisão na cidade de Maarat al Nuaman, no norte da Síria e sob o controle da Frente al Nusra, filial da Al Qaeda no país, e seus aliados. O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman, informou à Agência Efe por telefone que a maioria dos mortos eram combatentes de grupos armados e prisioneiros que estavam no centro de detenção. Os aviões lançaram quatro projéteis contra essa área, que fica no sul do mercado de Maarat al Ruaman, na província de Idlib. O ataque também deixou dezenas de feridos, alguns graves. Em Aleppo, a maior cidade do norte da Síria, pelo menos oito civis da mesma família morreram, entre eles um menor e cinco idosos, em um bombardeio de aviões de guerra, cuja nacionalidade o Observatório não especificou. O ataque aconteceu perto da mesquita de Abbas entre os bairros de Al Sukari e Al Ameriya. Estes bombardeios coincidem com a visita a Damasco do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, que se reuniu com o ministro de Relações Exteriores, Walid Muallem, dentro das consultas para o reatamento do diálogo entre os sírios no próximo dia 25. Ao término da reunião, o ministério sírio de Relações Exteriores emitiu um comunicado em que afirmou que seu governo está pronto para participar das conversas de paz na data proposta. Esta semana, o chefe da equipe negociadora dos opositores, o ex-primeiro-ministro Riad Hiyab, revelou, após uma reunião com Mistura na Arábia Saudita que tinha passado ao mediador da ONU suas dúvidas sobre a viabilidade de retomar as negociações devido a intensificação dos bombardeios contra a população civil. A Rússia é um dos principais aliados do governo de Damaco e em setembro começou uma campanha de ataques aéreos na Síria em sua primeira intervenção militar direta desde o início do conflito, em março de 2011. Mais de 250 mil pessoas morreram na Síria desde o começo da disputa, de acordo com a apuração do Observatório.
Fonte: Uol, em janeiro de 2016