O navio que está bloqueando o trânsito em ambas direções, ficou preso na diagonal
A liberação de um navio porta-contêineres que bloqueia o Canal de Suez como uma “baleia encalhada” pode demorar semanas, disse a companhia de resgate, enquanto autoridades impediram o acesso de todas as embarcações ao canal nesta quinta-feira, em novo revés para o comércio global. O navio Ever Given, de 400 metros, comprimento quase tão longe quanto a altura do edifício Empire State, está bloqueando o trânsito em ambas as direções em um dos mais movimentados canais de navegação do mundo, pelo qual trafegam petróleo e grãos, ligando a Ásia à Europa. A Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês) disse que oito rebocadores estão trabalhando para mover o navio, que ficou preso na diagonal no trecho sul do canal de faixa única na manhã de terça-feira, em meio a fortes ventos e uma tempestade de areia. “Nós não podemos descartar que isso possa levar semanas, dependendo da situação”, disse o CEO da empresa holandesa Boskalis”, que está tentando liberar o navio, Peter Berdowski, em entrevista ao programa de televisão holandês “Nienwsuur”. Um total de 206 grandes navios porta-contêineres, petroleiros transportando petróleo e gás e navios graneleiros com grãos precisaram em ambas as extremidades do canal, segundo dados do monitoramento marítimo, criando um dos piores engarrafamentos de navios já visto em anos. O bloquei vem em meio a impactos sobre o comércio mundial já causados desde o ao passado pela Covid-91, que gerou altas taxas de cancelamento de navios, escassez de contêineres e lentidão na movimentação nos portos. “É como uma enorme baleia encalhada. É um peso enorme na areia. Podemos ter que trabalhar com uma combinação de redução do peso – removendo contêineres, óleo e água do navio – com rebocadores e dragagem de areia
Transporte marítimo
Aproximadamente 30% do volume mundial de contêineres de transporte transita pelos 193 km do Canal de Suez diariamente, e cerca de 12% do comércio global total de todas as mercadorias. Especialistas em transporte marítimo dizem que, se o bloqueio não for eliminado nos próximos dias, alguns navios podem ter que mudar de rota pela África, o que adicionaria cerca de uma semana à viagem.
Fonte: Terra, em março de 2021