
Com cerca de 1.000 km de diâmetro e 25 km de espessura, eram foram batizadas de “zonas de velocidade ultrabaixa”
Geofísicos da Universidade de Maryland, nos EUA, descobriram estruturas gigantescas no interior da Terra, a cerca de 2.900 quilômetros (km) de profundidade, entre o núcleo e o manto, Doyeon Kim e seus colegas encontraram as estruturas analisando os registros de milhares de terremotos grandes e pequenos. Os terremotos geram ondas sísmicas, que produzem ecos que aceleram a estrutura e composição do material que percorreram até chegar à superfície. Os dados indicaram zonas de rochas inesperadamente densas para sua elevada temperatura abaixo do Havaí e das Ilhas Marquesas, no Pacifico Sul. Com cerca de 1.000 km de diâmetro e 25 km de espessura, elas foram batizadas de “zonas de velocidade ultrabaixa”, em referência ao modo como as ondas sísmicas se propagam por essas regiões. O que essas estruturas são é um mistério, apenas mais um de uma série de “desconhecimentos” sobre o inalcançável interior de nosso planeta.
Ecos na fronteira
“Observando milhares de ecos na fronteira núcleo-manto de uma só vez, como geralmente é feito, obtivemos uma perspectiva totalmente nova. Isso está nos mostrando que a região da fronteira núcleo-manto tem muitas estruturas que podem produzir esses ecos, e isso era algo que não tínhamos percebido antes, porque só tínhamos uma visão estreita”, disse Kim. A equipe analisou ecos gerados por um tipo específico de onda sísmica, conhecida como ondas de cisalhamento. Os ecos dessas ondas são difíceis de serem separados do ruído aleatório do planeta quando se olha um único terremoto. Por isso a equipe pegou emprestado um algoritmo de aprendizado de máquina originalmente desenvolvido para identificar tendências em grandes conjunto de dados de astronomia. “Encontramos ecos em cerca de 40% de todas as rotas das ondas sísmicas. Isso foi surpreendente, porque esperávamos que eles fossem mias raros, e que isso significa é que as estruturas são muito mais difundidas do que se pensava anteriormente”, disse o professor Vedran Lekilc. Saber se essas estruturas estão presentes em outras partes do planeta exigirá análises dos sísmos de cada região.
Fonte: Inovação Tecnológica, em junho de 2020