Na região de Yakutia a situação “continua piorando com uma tendência crescente no número e na área de incêndios florestais”
Os incêndios florestais que atingem a Sibéria se agravaram ainda mais nesta segunda-feira (9), informaram autoridades russas, uma catástrofe de tamanha magnitude que sua fumaça já chegou ao Polo Norte, segundo a Nasa, a agência espacial norte-americana. Os cientistas russos apontam que os incêndios atuais são consequências do aumento global das temperaturas. Na região de Yakutia, a situação “continua piorando com uma tendência crescente no número e na área de incêndios florestais”, anunciou a agência meteorológica russa, Rosguidromet, nesta segunda-feira, em seu site. De acordo com este organismo, mais de 3,4 milhões de hectares de florestas foram queimados, mesmo em locais “de difícil acesso e remotos”. “Uma fumaça densa se espalha por toda zona”, ressaltou. No sábado (7), em um comunicado, a Nasa informou que a fumaça dos incêndios em Yakuta “percorreu mais de 3 mi quilômetros, chegando até o Polo Norte, o que parece ser o primeiro caso na história documentada”. A agência espacial afirma que “a fumaça densa e acre emitida pelos incêndios florestais cobria em 6 de julho a maior parte da Rússia”, fotografada por satélites. Durante uma visita à Yakutia no final de julho, os bombeiros e as autoridades locais disseram à AFP que não tinham homens, equipamentos e outros recursos para lidar com a escala dos incêndios.
Temporadas de incêndios
Usando respiradores artificiais para lutar contra o fogo e suportar a fumaça, a equipe perdeu conta dos incêndios que combateu desde o final de maio. A maioria foi com sucesso, outros nem tanto, já que Yakutia sofre uma de suas piores temporadas de incêndios em anos. Os ambientalistas questionam a política russa de extinção de incêndios florestais, incluindo um decreto do governo de 2015 que permite ás autoridades locais ignorar os incêndios, se o custo de apagá-los exceder os danos estimados. Segundo Alexei Yaroshenko, especialista ambiental do Greenpeace Rússia, os incêndios já devastaram 14,96 milhões de hectares neste país desde 1º de janeiro. Trata-se do pior ano depois de 2012. Nos últimos anos, muitas regiões da Rússia sofreram ondas de calor e de seca geradas pela mudança climática, atingindo recordes de temperatura.
Fonte: R7, em agosto de 2021