O dispositivo tem 500 metros de diâmetro, serve para procurar sinais de vida inteligente e observar pulsares

O maior radiotelescópio do mundo começou a operar neste domingo (25/09) no sudoeste da China. Pequim afirma que o dispositivo, que tem 500 metros de diâmetro, pode ajudar a humanidade a buscar vida extraterrestre. Construído numa zona montanhosa da província de Guizhou, o FAST (Aperture Spherical Radio Telescope) custou 1,2 bilhões de Yuan (180 milhões de dólares), segundo a agência oficial chinesa, Xinhua. Ele tem o dobro da sensibilidade do telescópio do Observatório Arecibo, em Porto Rico, que com 305 metros de diâmetro, era o maior do mundo até agora. O telescópio chinês, cuja construção levou cinco anos, é resultado de um projeto iniciado em 1994. Ele usará o refletor, com uma área equivalente a 30 campos de futebol, para procurar sinais de vida inteligente e observar pulsares distantes – estrelas de nêutrons muito pequenas e que se acredita serem resultado de explosões de supernovas. Centenas de astrônomos e entusiastas assistiram à inauguração do telescópio. “O objetivo final do FAST é descobrir as leis do desenvolvimento do universo”, disse a emissora CCTV Qian Lei, pesquisador associado dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa e Ciências. “Em teoria, se há uma civilização no espaço, os sinais de rádio que ela envia serão similares aos sinais que conseguimos captar quando um pulsar está se aproximando de nós”, afirmou. O presidente chinês Xi Jinping, enviou uma carta de congratulações para os cientistas e engenheiros que contribuíram para a criação do FAST. A China vê o seu ambicioso programa espacial, que é gerido pelas Forças Armadas, como um símbolo do progresso do país. Entre os planos está o de colocar em órbita uma estação espacial permanente até 2020 e o de eventualmente enviar uma missão tripulada a Marte.
Fonte: DW, em setembro de 2016