Grande parte dos pinguins encontrados mortos são jovens e não resistiram à viagem que começa no extremos sul da Patagônia

Mais de 200 pinguins foram encontrados mortos nas praias de Ilha Comprida, Ilha Cardozo e Iguape, no litoral de São Paulo, apenas na primeira semana de agosto. O numero de animais recolhidos surpreendeu os pesquisadores do Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC). Segundo eles, a maioria dos pinguins encontrados mortos são jovens e não resistiram à viagem que começa no extremo sul da Patagônia. Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) habitam as zonas costeiras da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas, migrando por vezes até ao Brasil, no Oceano Atlântico, ou até o Peru, no caso das populações do Oceano Pacífico. De acordo com o IPeC, a migração acontece no período mais frio, quando os animais podem encontrar na costa brasileira águas mais quentes e comida mais fácil, pois cardumes de peixes também migram por conta das baixas temperaturas. No ano passado, de 1º a 9 de agosto, foram registrados apenas três pinguins encontrados na praia de Ilha Comprida. Neste ano, no mesmo período, já foram registrados 212 pinguins.
Reabilitação
Quando encontrados com vida, os pinguins são tratados no Centro de Reabilitação do IPeC e, após a recuperação, é realizada a soltura de animais nas águas. “Soltamos, no mínimo sete pinguins por vez, seguindo a orientação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres. Eles não podem ser soltos sozinhos, pois andam em grupo. Se não temos sete, levamos para alguma instituição”, diz. Quando encontrados mortos, os animais passam por necropsia para que seja possível fazer uma análise do que está causando a morte dos pinguins na região. “Avaliamos se tem influência de impactos ambientais e tentamos descobrir se existe uma causa especifica para a morte desses animais”, finaliza a veterinária.
Fonte: G1, em agosto de 2018