Mais de 30 pessoas morrem pisoteadas em peregrinação no Iraque

O órgão oficial disse que também houve 75 feridos, entre ele pelo menos dez estão em estado crítico

Multidão ficou envolvida e confusão, em comemoração ao martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé

Pelo menos 31 pessoas morreram pisoteada, nesta terça-feira, em um tumulto registrado durante a peregrinação xiitaa de Ashura, na cidade iraquiana de Kerbala, no sul de Bagdá, informou o Ministério da Saúde. A multidão se viu envolvida numa enorme confusão em um dos últimos estágios de Ashura, que comemora o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé, um dos eventos fundadores do islã xiita. Aconteceu no final do dia, durante o percurso ritual até mausoléu, quando os peregrinos batiam em suas cabeças em luto e gritavam: “Nós nos sacrificamos por ti, oh Hussein!” O ministério da Saúde iraquiano forneceu o balanço preliminar, embora o número de mortos possa aumentar. O órgão oficial disse que também houve 75 feridos, entre eles pelo menos dez estão em estado crítico. Essa debandada é inédita em Kerbala, embora a peregrinação de Ashura tenha sido alvo de ataques extremistas sunitas no passado. Até agora, nenhum incidente havia sido relatado na celebração atual, quase dois anos depois que o Iraque se declarou vencedor sobre os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI). Centenas de milhares de xiitas que vieram de outros países principalmente do vizinho Irã, concentram-se e Kerbala, como todos os anos. Desde o início do mês muçulmano de ‘moharran’, há dez dias, os xiitas celebram um período de luto. Em Bagdá, Basra ou Najaf, no sul, são organizadas procissões que atingem seu paroxismo no décimo dia do mês sagrado, chamado Ashura, que foi comemorado na terça-feira. Como todos os anos, essas peregrinações produzem imagens impressionantes de homens que se autoflagelam, com espadas ou facas, para comemorar o martírio do imã Hussein, morto em 680 pelo califa Yazid, durante a batalha de Kerbala. A maioria dos peregrinos chora, enquanto alguns cobrem o rosto e o torso de cinzas em luto. Os dois principais santuários do xiismo estão no Iraque. Além de Kerbala, há outra cidade sagrada, Najaf, 160 km ao sul de Bagdá onde fica o mausoléu do imã Ali, genro do profeta Maomé.

Outros casos

Em 2013, a peregrinação de Ashura foi marcada por uma série de ataques que mataram cerca de 40 fiéis xiitas em várias cidades do Iraque. Em 2005, outra peregrinação xiitaa, a do imã Mussa Kazin, no mausoléu de Bagdá, foi marcada por por uma debadanda em uma ponte sobre o Tigre. Pelo menos 965 peregrinos morreram – a causa foi um boato sobre a presença de um suicida entre a multidão. Sob o regime sunita de Saddan Hussein, festas xiitas como a peregrinação Ashura foram proibidas. Atualmente, o dia é feriado nacional. As peregrinações deixam imagens impressionantes de homens que se autoflagelam ou batem com facões na cabeça para recordar o martírio de Hussein, morto em 680 pelo califa Yazid.

 

Fonte: Istoé, em setembro de 2019

Toio

Sou o Toio, meu nome é Cristóvão Andriolli e gosto de reescrever Notícias que acho interessantes

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