Embarcação esperou sete dias, para encontrar porto seguro para desembarque
Um navio de resgate da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) atracou nesta quinta-feira (19) no Porto de Augusta, no sul da Itália, com 471 pessoas salvas no Mar Mediterrâneo. A embarcação precisou esperar sete dias no mar antes de o Ministério do Interior italiano indicar um porto seguro para o desembarque. Dos 471 migrantes a bordo, cerca de 200 são menores de idade, sendo que o mais jovem tem apenas sete meses de vida. Os menores de idade desacompanhados serão transferidos para um centro de acolhimento, enquanto o restante ficará em isolamento em um navio de quarentena na costa da Sicília para evitar o risco de transmissão da Covid-19. A rota migratória do Mediterrâneo Central, entre Líbia e Tunísia, no norte da África e Itália e Malta, no sul da Europa, é considerada a mais mortal do mundo pela Organização Internacional das Migrações (OIM) e vem registrando um aumento nas travessias neste ano. Apenas a Itália já recebeu 16.619 migrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, crescimento de 25% na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com o Ministério do Interior. Os principais países de origem são Egito (2.819), Bangladesh (2.378), Tunísia (1.910), Afeganistão (1.542) e Síria (1.027). Geralmente, esses migrantes usam a Itália como porta de entrada na União Europeia e depois seguem para países ao norte, como Alemanha. Segundo a OIM, 572 migrantes já morreram ou desapareceram na travessia do Mediterrâneo Central em 2022.
Conflitos e desastres naturais
O número de deslocados internos por conflitos e desastres naturais bateu recordes no ano passado e se aproximou de 60 milhões, afirmou relatório publicado nesta quinta-feira. Os dados são do Centro de Monitoramento dos Deslocados Internos (IDMC, na sigla em inglês), com sede em Genebra e do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC).
Fonte: O sul , em maio de 2022