O número de refugiados subiu em 1 milhão apenas dez meses depois de quebrar a barreira de 3 milhões
A ONU confirmou hoje (09/07) que o número de refugiados em decorrência do conflito na Síria superou os 4 milhões, tornando-se assim na pior crise do tipo enfrentada pela entidade nos últimos 25 anos. “Essa é a maio população de refugiados de um só conflito numa geração. São pessoas que requerem o apoio do mundo, mas em vez disso, vivem em condições penosas, afundando ainda mais na pobreza”, declarou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Antônio Guterrs, ao revelar o novo e terrível recorde. Após quatro anos e meio de violência armada o conflito da Síria não dá sinais de estar perto do fim. As tentativas de solucioná-lo através da via política fracassaram em grande medida pelos desacordos entre o Ocidente e a Rússia, sobre a permanência ou não do presidente Bashar al Assad, ainda no cargo. Além dos mais de 4 milhões de refugiados, há 7,6 milhões de deslocados internos dentro do país, grande parte deles em situação difícil ou em lugares de complicado acesso para as organizações que fornecem ajuda humanitária na Síria. A rapidez com a qual se continua a deteriorar o país é refletida no próprio número de refugiados, que subiu em 1 milhão apenas dez meses depois de quebrar a barreira dos 3 milhões, segundo Guterrs. O principal destino desses refugiados tem sido a Europa, através de uma rota marítima que parte da Turquia, passando pelas ilhas da Grécia. Nos países europeus já foram registradas 270 mil solicitações de asilo. No entanto, a grande maioria dos refugiados permanece na região, com o maior número deles em território turco, onde há 1,8 milhões de sírios que deixaram o país por causa do conflito. No Líbano, os sírios já representam quase 25% dos habitantes, com 1,17 milhões de pessoas. Na Jordânia há 630 mil refugiados, 250 mil estão no Iraque e outros 132 mil no Egito. Esse drama agrava-se, lembrou o alto comissário, pela falta de recursos para financiar as necessidades mais básicas dessa população deslocada de seu país de origem. As comunidades em que os refugiados são instalados, rapidamente tiveram a sua capacidade superada por causa da enorme quantidade de pessoas que fogem da Síria. Dos 5,5 mil milhões de dólares necessários para a ajuda humanitária e reconstrução em 2015, o Acnur chegou à metade do ano com apenas 25% do valor, ou seja 1.375 mil milhões. Se essa situação não melhorar, os refugiados sofrerão cortes de ajuda alimentar, de serviços de saúde e as crianças não poderão ser mais educadas.
Fonte: Efe, em julho de 2015