Devido à seca, a produção de cereais despencou 53% e os níveis de água as represas caiu 70%, em comparação com o ano anterior
A Namíbia começou a sacrificar mais de 700 animais selvagens – hipopótamos, elefantes, búfalos, zebras – para alimentar as pessoas que passam fome em consequência da pior seca em décadas no país, anunciou o Ministério do Meio Ambiente nesta terça-feira (3). Até agora foram sacrificados mais de 150 animais no âmbito desta medida, anunciada na semana passada. O objetivo não só é proporcionar carne a milhares de pessoas, mas aliviar a pressão sobre os recursos híbridos afetados pela seca. O programa prevê o sacrifício de 30 hipopótamos, 83 elefantes, 60 búfalos, 100 gnus-azuis, 300 zebras, 100 antílopes-africanos e 50 impalas. Ao menos 157 destes 723 animais já foram sacrificados, disse à AFP o porta-voz do ministério, Romeo Muyunda. Segundo ele, o tempo que demorará para concluir todo o processo depende de vários fatores. “Nosso objetivo é realizar a operação de forma sustentável, minimizando o máximo os transtornos. Temos que separar os animais que devemos caçar dos que não”, explicou. O sacrifício dos primeiros 157 animais resultou em “56.875 kg de carne”, assinalou o ministério em nota à imprensa.
Estado de emergência
A Namíbia declarou em maio estado de emergência devido à seca que afeta vários países do sul da África. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU informou em agosto que cerca de 1,4 milhão de namíbios, quase metade da população, sofriam de uma grave insegurança alimentar. Devido à seca, a produção de cereais despencou 53% e os níveis de água nas represas caiu, 70% em comparação com o ano anterior.
Fonte: O Tempo, em setembro de 2024