Foram colhidas com sucesso mais uma safra de uvas Piwi, variedades resistentes a doenças
A Estação Experimental da Epagri em Videira (EEV) colheu com sucesso mais uma safra de uvas Piwi, variedades resistentes a doenças que prometem revolucionar o mercado de uva no Brasil, especialmente para confecção e vinhos finos. Em breve, os vitivinicultores catarinenses poderão contar com essas novas variedades em seus parreirais, diminuindo custos e impactos ambientais, preservando a saúde de quem lida com o cultivo e, consequentemente, elevando a sustentabilidade deste sistema produtivo. Piwi é um termo alemão que caracteriza um grupo de variedades de uvas obtidas nos últimos anos via melhoramento genético, oriundas de cruzamentos de variedades viníferas com espécies selvagens. O objetivo é reunir numa só planta a qualidade das viníferas e a resistência a doenças das selvagens. “O grande diferencial desse grupo é que conseguimos, via tecnologia molecular, novas variedades com mais de 90% de sangue de viníferas e apenas o gene de resistência – já conhecido e mapeado – das selvagens”, esclarece André Luiz Kulkamp de Souza, pesquisador em fitotecnia de plantas frutíferas da EEV. Ele conta que, em alguns países do mundo, as uvas Piwi já são consideradas viníferas.
Uvas europeias
As uvas europeias de alto potencial enológico – como Cabernet Sauvignon, Merlot, Chandonnay, Pinot Noir – são muito suscetíveis a doenças fúngicas quando cultivadas nas condições climáticas catarinenses. “A introdução e a criação de novas variedades adaptadas às condições locais de cultivo, resistentes ou tolerantes a estresses bióticos e com elevado potencial enológico, tornam-se essenciais na busca de um sistema de cultivo sustentável”, justifica André.
Fonte: Diário do Alto Vale, em março de 2018