Pesquisadores brasileiros descobrem nova linhagem de coronavírus no Rio

Ficou detectado que a ocorrência da nova cepa pode estar relacionada ao aumento de casos observado a partir de outubro no Estado (Crédito: correiodopovo.com.br)

Ainda não se sabe se a nova linhagem é transmissível ou letal

Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova linhagem do novo coronavírus em circulação no Rio. Ainda não há evidências de que ela possa ser mais transmissível ou letal, mas os cientistas defendem a ampliação do monitoramento genético do vírus para identificar a evolução da pandemia a partir de novas cepas. A nova linhagem foi descoberta por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC). O achado foi apresentado em artigo publicado no site do LNCC e submetido à plataforma online Med Rxiv, portanto ainda sem revisão de outros cientistas. No texto, os especialistas explicam que a nova cepa nasceu a partir de cinco mutações na linhagem B.1.1.28, uma das predominantes no Estado do Rio. Eles destacam que a ocorrência da nova cepa pode estar relacionada ao aumento de casos observado a partir de outubro no Estado ( e que também ocorre em todo o País). “A emergência dessa linhagem pode provavelmente estar associada à elevação do número de casos de covid-19 (chamada de segunda onda) no Estado. Junto com as linhagem virais pré-existentes circulantes no Rio, a segunda onda pode ser caracterizada pela presença dessa linhagem emergente”, dizem os cientistas. No artigo, os pesquisadores ressaltam que o surgimento de novas linhagens é comum e que, na maioria das vezes elas não representam maiores riscos, mas destacam que monitoramento e estudos adicionais são necessários para entender a participação da cepa as infecções e suas características. “Essa nova linhagem surgiu em julho e foi detectada pela primeira vez por nós e outubro, estando ainda parcialmente restrita à capital do Estado. No entanto, conforme observado para outras cepas, pode ser espalhar rapidamente. O aumento significativo na frequência desta linhagem levanta preocupações sobre a gestão da saúde pública e a necessidade continua de vigilância genômica durante a segunda onda de infecções”, destacam os pesquisadores no artigo.

Mutações

Além das cinco novas mutações que deram origem à nova linhagem, ela também possui uma alteração na proteina Spike do vírus, responsável pela ligação do patógeno à célula humana. Essa alteração, observada em outras linhagens pelo mundo, inclusive na cepa identificada recentemente no Reino Unido, já foi associada anteriormente ao “escape de anticorpos neutralizantes” contra o vírus, o que dificulta a resposta imune do organismo. “Análises adicionais são necessárias para prever se as mudanças nessas novas linhagens têm um efeito importante na infecciosidade viral, na resposta imune do hospedeiro ou na gravidade da doença” ressaltam os pesquisadores no artigo.

Fonte: Itatiaia, em dezembro de 2020

Toio

Sou o Toio, meu nome é Cristóvão Andriolli e gosto de reescrever Notícias que acho interessantes

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