Defensores falam em “execução” e classificam o episódio como uma chacina
O número de mortos na operação policial da última quinta-feira no Jacarezinho, favela da zona norte do Rio, subiu para 29. A Policia Civil confirmou neste sábado 8, que mais um corpo foi encontrado. A corporação alega que, tirando o agente André Frias, todos os demais eram “criminosos”, apesar de poucas informações sobre as vítimas terem sido reveladas até agora. Tocada para cumprir mandados contra pessoas ligadas ao tráfico, a incursão, na prática, resultou em pouco resultado efetivo e muitas mortes. Em alguns casos, segundo representantes da Defensoria Pública e de moradores, há indícios de mortos sem confronto ou que já estavam feridos e rendidos. Defensores falam em “execução” e classificam o episódio como uma chacina. Também causou enstranheza o fato de a maioria dos óbitos ter acontecido depois que o policial Frias foi morto. Observadores levantaram a hipótese de “vingança” por partes dos agentes – o que a corporação nega. A operação é alvo de investigação do Ministério Público do Rio. No âmbito penal, a Promotoria apura se houve abusos da policia. Para isso, conta com informações que chegaram aos canais de denúncia do órgão e com o que promotores viram e ouviram no local no dia da matança.
Procedimento de investigação
“Os promotores de justiça integrantes da Coordenadora-Geral de Se -gurança Pública, do GTT – Segurança Pública e da Coordenadoria – Geral da Pessoa Humana estão acolhendo relatos e demais elementos de prova, para subsidiar as investigações”, disse o MP. “Dentre esse elementos, foram recebidas comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, trazendo relatos, imagens e vídeos da operação, que foram imediatamente levados ao conhecimento da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, responsável pelo procedimento investigatório”. Além disso, o órgão enviou um perito próprio para acompanhar os trabalhos do Instituto Médico Legal (IML), onde estão os corpos. A instituição é vinculada à própria Policia Civil.
Fonte: Istoé, em maio de 2021