Falou o porta-voz, que o grupo tomou o controle da província de Panjshir
O Talibã informou, nesta segunda-feira, 6, que tomou o controle da província de Panjshir, o último reduto de oposição ao grupo no Afeganistão. A disputa pelo domínio do local motivou uma escalada de conflitos entre a Frente Nacional de Resistência (FNR) e combatentes do movimento fundamentalista desde que as tropas norte-americanas deixaram o país, no mês passado. Segundo testemunhas, milhares de combatentes do Talibã teriam invadido oito distritos de Panhshir durante a noite. O porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, divulgou um comunicado dizendo que a província agora está sob seu controle. “Panjshir, que era o último esconderijo dos inimigos, foi capturada”, disse. “Com esta vitória e os últimos esforços, nosso pais saiu do redemoinho da guerra e nosso povo terá uma vida feliz em paz e liberdade”. Mujahid acrescentou que o grupo “tentou ser melhor” para resolver o conflito de forma pacífica. “Eles rejeitaram as negociações, então tivemos que enviar nossas forças para lutar” afirmou. Na semana passada, Ahmad Masud, um dos líderes da resistência na província, disse que o Taleban propôs dois cargos em seu futuro governo a membros da FNR. “Como queremos um futuro melhor para o Afeganistão, nem sequer consideramos a oferta”. Masud disse em uma mensagem no Twiter que está seguro, mas não deu detalhes. Mujahid, do Taleban, disse ter sido informado que ele e o ex-vice-presidente Amrulah Saleh escaparam para o país vizinho, Tajiquistão. Já Ali Maisam Nazary, chefe de relações exteriores da FNR, afirmou que a alegação de vitória do Taleban é falsa e que as forças da oposição não foram vencidas. “A FNR está presente em todas as posições estratégicas do vale para continuar a lutar”, disse ele em sua página no Facebook.
Combates de maioria pashtun
O Taleban garantiu à população de Panhshir, que é etnicamente distinta dos combates de maioria pashtun, que não haverá “ato discriminatório” contra ela. O porta-voz do grupo afirmou que um novo governo será anunciado em breve, mas não definiu uma data. Ele também disse que as mulheres voltarão ao trabalho nos setores de saúde e educação, e que “outras áreas serão fornecidas, uma a uma, assim que o sistema foi estabelecido para elas”.
Fonte: O Tempo, em setembro de 2021