
Na quinta-feira, completou um mês do lançamento da campanha
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou ao apoiar a ação divulgada com o lema “Milão não para”, referindo-se às medidas para manutenção da economia da vida social na cidade, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Nesta quinta-feia (26), completa-se exatamente um mês do lançamento da campanha. No momento da divulgação da hashtag na internet, no dia 26 de fevereiro, a Lombardia, região setentrional da Itália, tinha 258 pessoas infectadas pelo vírus, e o país inteiro contabilizava 12 mortes. Após um mês, a Lombardia, cuja capital é Milão, é a região da Itália mais atingida pelo COVID-19, registrando 34.889 casos de pessoas contaminadas e 4.861 óbitos, de acordo com balanço oficial divulgado nesta sexta-feira, 27 de março. Em termos quantitativos, abriga 40,1% da população italiana acometida pela doença, representando 54,4% das mortes no país. Milão, a terceira cidade com mais casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus na província, tinha até esta sexta-feira 6.922 mil pessoas com a doença. A taxa de crescimento nas últimas 24 horas foi de mais de 848 casos. “Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título Milão não Para. Em 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, reconheceu Giuseppe Sala, em entrevista a uma emissora italiana. “Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espirito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas”, afirmou. O vídeo da campanha viralizou na internet em meio aos inúmeros casos de contaminação do vírus no país e após o governo ter decidido confinar 11 cidades do norte italiano, onde haviam sido registrados os primeiros casos de transmissão interna da doença. A produção exibida e exaltava os “milagres” feitos “todos os dias” pelos cidadãos de Milão e seus “ritmos impensáveis”. “Porque a cada dia, não temos medo. Milão não para”, afirmava o conteúdo expresso no vídeo.
Registros de casos
A Itália registrou recordes de mortes pelo coronavírus esta semana. Somente entre quinta-feira (26) e a sexta (27) foram quase 1 mil mortes pelo COVID-19. As 919 mortes representam um saldo de 207 óbitos em relação ao dia anterior. O dia desta semana com menos mortes de italianos por conta da doença respiratória foi a segunda-feira, quando houve 602 registros.
Fonte: EM, em março de 2020