O balanço do Ibama também indica que apenas 195 das 494 localidades atingidas estão “limpas”, isto é, sem vestígios ou manchas

O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo chegou a 494, segundo balanço divulgado na segunda-feira 11, pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao meno111 municípios de todos os nove Estados do Nordeste e do Espírito Santo foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto. O balanço do Ibama também indica que apenas 195 das 494 localidades atingidas estão “limpas”, isto é sem vestígios ou manchas. Dentre as que ainda têm óleo, estão a Praia do Japaratinga e o Mangue da Foz do Rio Coruripe, em Alagoas, e a Ilha de Comandatuba e o Porto de Sauipe, na Bahia. Por Estado, as 299 localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (136), Sergipe (47), Alagoas (44), Pernambuco (26), Rio Grande do Norte (17), Espírito Santo (14), Ceará (9), Maranhão (3), Paraíba (1) e Piauí (2). O balanço do Ibama diverge do divulgado pela Marinha na mesma data, o qual aponta que “os Estados de CE, RN, PE, SE, PB, MA, PI, PA e AP estão com praias limpas”. Em relação à fauna, ao menos 133 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (89) e aves (30). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL). Na Praia de Janga, em Paulista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas e peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais. Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversos, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.
Mancha de óleo
A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo desde 7 de novembro. Ao todo, foram retirados mais de 4,4 mil toneladas de petróleo e itens contaminados com óleo, tais como baldes e equipamentos e proteção.
Fonte: Istoé, em novembro de 2019